“(…) se até à Segunda Guerra mundial, acompanhando a geral tendência para a afirmação da superioridade racial dos brancos e a sua tradução explícita na legislação em vigor, o discurso colonial português não se distingue significativamente do dos outros, também é verdade que nas sociedades coloniais vizinhas de Angola os portugueses são considerados «desclassificados», entre outras coisas pela facilidade com que constituíam famílias mestiças ou habitavam nos bairros predominantemente negros. Cidadãos de um país de menor importância na Europa, povo de emigrantes pobres que não esperavam «ir de férias à metrópole» com frequência, aceitavam muitas vezes viver em condições consideradas degradantes «para um branco» (mas melhores do que as da sua aldeia de origem), «juntando-se» às mulheres locais, pelo menos enquanto não podiam casar «como Deus manda» com uma mulher da sua terra (o que muitas vezes nunca acontecia). O discurso acompanhava o da restante Europa, mas a prática da colonização estava muitas vezes mais em consonância com os tempos passados, da Angola-terra-de-degredo.”
“(…) nas colónias portuguesas o factor «racial» teve uma importância variável ao longo dos tempos e foi particularmente decisivo na estrutura da sociedade colonial nos últimos cem anos da colonização. Era evidente que uma cor de pele mais clara dava mais hipóteses de ascensão social, e o racismo foi especialmente acentuado na primeira metade do século XX, com distinções entre brancos e negros no acesso à cidadania. Mas não bastava a «raça» para definir o estatuto socio-económico, o nível de vida, o índice de escolaridade ou as regras de conduta de cada um, devendo esse indicador ser conjugado com outros para compreender a realidade social e a sua dinâmica. Nos últimos anos coloniais, não havendo já barreiras jurídicas entre os cidadãos, restava a herança das diferenças de estatuto socio-económico, de oportunidades e, evidentemente, dos preconceitos inculcados durante gerações” (…).
Maria da Conceição NETO, in Lusotopie 1997, pp. 327-359
CULTURA
Atlas dos Anfíbios e Répteis de Angola (inglês)
Jornal Angolano de Artes e Letras
Portal do Uíge e da Cultura Kongo
Revista Angolana de Ciências Sociais
Revista Angolana de Sociologia
União dos Escritores Angolanos
DESPORTO
Federação Angolana de Atletismo
ENSINO SUPERIOR
Faculdade de Medicina (Lubango)
Instituto Superior Politécnico Tundavala
EVOCATIVAS
Instituto Comercial (Sá-da-Bandeira)
FOTOGRAFIA
Fotos de Angola no Skyscrapercity
Galeria de Diamantino Pereira Monteiro
Galeria de Tiago Campos de Carvalho
Sérgio Guerra- Banco de Imagens
GERAIS
HISTÓRIA
Angola Do Outro Lado Do Tempo...
Angola na Biblioteca Digital Mundial
Grupos Étnicos na Década de 30
INFORMAÇÃO
INSTITUIÇÕES
Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente
Associação dos Empreendedores de Angola
Câmara de Comércio Angola-Brasil
Câmara de Comércio e Indústria
Delegação da União Europeia em Angola (Facebook)
JORNALISMO
MISCELÂNEA
SAÚDE
Biblioteca Virtual em Saúde - Angola
TURISMO