“Leonel Cosme (n. em 1934, em Guimarães) viveu 30 anos em Angola, incluindo cinco após a independência, como cooperante. Foi o co-organizador das Edições Imbondeiro da antiga Sá da Bandeira (hoje, Lubango), em 1960-65, entre outras actividades culturais e cívicas, como sejam a formação de radialistas ou o comprometimento com o MPLA.
Antigo jornalista, e ainda cronista, escritor e investigador, lançou um livro que é um testemunho eloquente da sua capacidade de pensar para lá das aparências, dos preconceitos e das verdades falsas (leia-se "afirmações infundamentadas") estabelecidas como dogmas. O título é, já por si, instigante, revelador do conteúdo.
Publica um livro fundamental: Muitas são as Áfricas, Lisboa, Novo Imbondeiro, 240 págs. - para quem quiser compreender sobretudo Angola, noutras facetas, (…) através da análise da acção e pensamento colonizadores e da acção e pensamento libertadores de portugueses e (ex-)colonizados. Não escreve um tal livro quem quer, mas quem pode, pela sua singular vivência e posição. Um testemunho intelectual de grande qualidade, um "testamento" de saudoso amor à terra e ao povo.
Inclui estudos magníficos sobre o lusotropicalismo que não existiu (refutação do que Freyre aplica a Portugal e colónias e, indirectamente, refutação das "crioulidades" angolanas que andam por aí), (…) as relações históricas do Brasil com Angola, a literatura colonial (goste-se ou não da sua perspectiva muito própria), a guerra colonial e outras guerras e a (des)memória dos intervenientes e dos povos, os caminhos que África tem tomado pela mão dos seus dirigentes e intelectuais, (…), analisando o racismo, a xenofobia, a corrupção, a guerra, a fome, com especial incidência em Angola, (…).
Muito historiador, crítico literário, docente de "lusofonia", ideólogo neo-lusotropicalista, terá aqui matéria para evitar julgamentos prévios, generalizações totalitárias, preconceitos arreigados, atitudes de senso duvidoso. (…) Um livro que especialistas, estudantes, políticos e portugueses, só para ficar por aqui, deviam ler com cuidadosa atenção (…). Muitas "gralhas", até na capa, não deslustram o volume, que traz referidos Steiner, Kandjimbo, Inocência Mata, Agostinho Neto, Óscar Ribas, Kapuscinski, Hatzfeld, Waberi, Maathai, Freyre, Andrade Corvo, Laban, Pepetela, Senghor, Jaime Cortesão e tantos outros. (…)
Por vezes, quando fala, com evidente gosto, saber e pedagogia, dos variados interesses em jogo na época colonial (p. ex., sobre a maçonaria, Norton de Matos e José de Macedo, em Angola), parece um português empenhado na vertente colonial, pois não quer passar pelo que não é (angolano). Outras vezes, discute Angola com tanto prazer e objectividade que presta um serviço melhor do que muitos patriotas precipitados e preconceituosos. (…)
Como não dar importância aos estudos sobre a ideia e, depois, a fundação da Universidade na Huíla (Angola) e sobre a Kuribeka, desfazendo, neste caso, o equívoco corrente de considerá-la o mesmo que a maçonaria? (…)
Sobre Equador, de Miguel Sousa Tavares, diz que é um romance "colonial" (usa aspas) de um autor que não considera obviamente colonialista. Este pormenor serve para mostrar como o A. pensa a contemporaneidade, as ilusões que podem acometer os leitores, de novo fascinados por uma enxurrada de textos exóticos e turísticos, como se não quisessem ou não pudessem ver para lá das aparências da fantasia, como quase sempre ocorreu com os portugueses em relação a África. (…)
Os africanos (sem preconceitos) também ficarão a ganhar com a leitura.”
(adaptado de A Página da Educação http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=170&doc=12547&mid=2)
Por Alvin W. Urquhart
(clique no título)
Formato | 16x23 N.º Páginas | 212 |
Resumo:
A Revista Angolana de Sociologia (ISSN1646-9860), publicada semestralmente – em Junho e Dezembro, é um órgão da Sociedade Angolana de Sociologia (SASO) e publica textos da autoria de sociólogos e outros investigadores sociais, angolanos e de outras nacionalidades. A Revista Angolana de Sociologia é editada pela SASO (Luanda, Angola) e publicada pela Edições Pedago (Mangualde, Portugal). Trata-se de um espaço de debate sobre temas actuais e relevantes não apenas da sociedade angolana, mas também das sociedades africanas e do mundo contemporâneo em geral. O espírito da Revista Angolana de Sociologia (RAS) é estimular o debate, acolhendo e difundindo textos que contribuam para um diálogo transdisciplinar. A RAS dirige-se não apenas a sociólogos, mas a todos os interessados em compreender de maneira rigorosa a complexidade e as dinâmicas dos fenómenos sociais contemporâneos.
cortesia de Margarida Castro
László Magyar foi um húngaro nascido em 1818, que se tornou rei em Angola.
Aos trinta anos de idade, decidido conhecer e cartografar os territórios inexplorados do interior da África Ocidental, Angola, László Magyar estabeleceu relações de confiança com o Rei do Bié, acabando por casar com uma filha sua. A breve morte do sogro concedeu ao húngaro o direito legítimo de sucessão ao trono do reino bieno, por herança tomou posse de um território maior do que o país onde nasceu.
Com a colaboração dos seus súbditos, László Magyar organizou diversas expedições de modo a identificar geograficamente o Reino do Bié e os territórios a norte como ainda registou o posicionamento do rio Congo (1846) e do rio Zambeze.
A maior parte do tempo, ou seja durante os 17 anos vividos em Angola, László dedicou-se a estudos etnográficos e à aprendizagem de línguas nativas. Sabia falar Quimbundo e provavelmente compreendia os dialectos Umbundo, Ovampo, Lundo e Lovar.
Apesar de ter formação militar da Marinha e alguns conhecimentos de astronomia, a habilidade de László Magyar em desenho cartográfico era fraca e muito pior era a sua organização documental ou o modo como partilhava as suas descobertas e estudos. Foram precisamente estas duas falhas (mapas demasiado distorcidos e relatórios recheados de contradições factuais e descrições confusas) que descredibilizaram o explorador na Europa em comparação com outros exploradores comissionados em outras regiões.
( adaptado de James Stuart, in Szerinting )
Entre 1849 e 1857, fez seis viagens para as fontes dos rios Congo e Zambeze, regiões que, na época, eram ainda de difícil acesso para os europeus visitarem. Escreveu três volumes com notas e observações etnográficas e geográficas, com enfoque no povo Kimbundu. Um volume foi publicado na Hungria, mas os manuscritos dos outros dois volumes, juntamente com os periódicos de Magyar, foram dados como perdidos, provavelmente destruídos no incêndio de um depósito após a sua morte, ocorrida em Benguela, a 9 de Novembro de 1864, possivelmente vitimado pela malária ou por tuberculose.
Aqui (Biblioteca Digital Mundial), aparece a edição original, em húngaro, da obra de Magyar que ficou para a posteridade.
"Retornados - o adeus a África"
Ana Paula Tavares nasceu na Huíla, Sul de Angola, em 1952. É historiadora com o grau de Mestre em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Em Angola publicou Ritos de Passagem (poemas), UEA, 1985. Em Cabo Verde, Praia, O Sangue da Buganvília em 1998. Na Editorial Caminho publica em 1999 O Lago da Lua (poemas), seguido de Dizes-me Coisas Amargas como os Frutos (poemas) em 2001 (obra galardoada com o Prémio Mário António de Poesia 2004 da Fundação Calouste Gulbenkian), em 2003 Ex-Votos (poemas) e em 2004 A Cabeça de Salomé (crónicas). Tem participação com poesia e prosa em várias antologias em Portugal, Brasil, França, Alemanha, Espanha. Publicou alguns ensaios sobre História de Angola. | ||||||||
Obras publicadas
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Ondjaki tem presença confirmada a 21 de Fevereiro na Livraria Ao Pé das Letras, em Tomar, e no próximo dia 25 na Livraria Pó dos Livros, em Lisboa.
"Materiais Para Confecção de um Espanador de Tristezas" agrupa poemas "escritos e trabalhados ao longo de um ano" e agora editados em Portugal sob a chancela da Caminho.
Em conjunto com a apresentação do livro em Tomar, que será feita por Luís Carlos Patraquim e em que estará presente o autor, a Livraria Ao Pé das Letras recebe também uma exposição de pintura de Ondjaki intitulada "imitação da madrugada" e que o autor definiu como "um complemento" a "Materiais Para Confecção de um Espanador de Tristezas".
"São quadros abstractos que acasalam com o livro e funcionam como um prolongamento dos poemas", descreveu.
A exposição estará patente somente em Tomar devido à "amizade" com os responsáveis do espaço, recentemente inaugurado.
Ondjaki encontra-se em Portugal desde o encontro de escritores de expressão ibérica Correntes d`Escritas, que decorreu na Póvoa do Varzim até ao passado dia 14 de Fevereiro.
O escritor, nascido em Luanda, define Angola como um país que "tem crescido muito artisticamente nos últimos anos".
"Angola - opina - é sinónimo de Cultura. A nível local existe no país muito talento em diversas áreas", faltando no entanto "uma maior força em termos de produção para se trabalhar a exportação dos artistas".
O autor de "Os da Minha Rua", vencedor do Grande Prémio de Conto "Camilo Castelo Branco" em 2007, destaca, no entanto, a "boa recepção de trabalhos de alguns artistas angolanos no Brasil".
Ondjaki co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda, intitulado "Oxála cresçam Pitangas", em 2006.
Actualmente, assegura ter "duas novas ideias" nessa área que deverão ser concretizadas num prazo de "três a quatro anos".
Publicado livro sobre o tema
Angop | |
O escritor Mateus Justino Chaves | |
“O papel reconciliador da igreja no pós-guerra civil em Angola” é o título da obra literária publicada sábado, em Luanda, pelo pastor da Igreja Baptista de Angola Mateus Justino Chaves.
O livro aborda a importância das igrejas no processo de reconciliação entre os homens no pós-guerra, assim como o papel das mesmas no movimento de libertação nacional.
Além da vertente religiosa, mostra as raízes dos conflitos em Angola e aponta as diferenças etno-linguísticas existentes no mosaico cultural angolano, segundo o autor.
Editada no Brasil, a obra possui 240 páginas, teve uma tiragem de mil exemplares ilustrados e está a ser comercializado ao preço de 1500 kwanzas. Brevemente será lançado na província do Huambo.
Em declarações à Angop, à margem da cerimónia, “Chavala”, pseudónimo literário do autor, disse que o trabalho constituiu a tese de mestrado no Brasil, onde se doutorou e começou a ser delineado em 1975, após a eclosão da guerra civil em Angola.
O autor referiu que o objectivo do livro é o de encorajar as confissões religiosas angolanas a encarar com maior serenidade o papel de reconciliador e levar as pessoas a compreenderem que, apesar dos problemas laborais que enfrentam , todos são filhos de Deus.
Disse que as congregações religiosas têm um papel importante para a união e desenvolvimento da população na sociedade, apoiando o Governo na promoção do bem-estar do povo nas áreas da educação e saúde.
A cerimonia, que decorreu na primeira Igreja Evangélica Baptista de Angola, no Neves Bendinha, município do Kilamba Kiaxi, foi presenciada por membros daquela confissão Religiosa, entre outros convidados.
Mateus Justino Chaves nasceu no Moxico a 4 de Junho de 1954. É licenciado em teologia e é o presidente da Convenção Baptista de Angola.
CULTURA
Atlas dos Anfíbios e Répteis de Angola (inglês)
Jornal Angolano de Artes e Letras
Portal do Uíge e da Cultura Kongo
Revista Angolana de Ciências Sociais
Revista Angolana de Sociologia
União dos Escritores Angolanos
DESPORTO
Federação Angolana de Atletismo
ENSINO SUPERIOR
Faculdade de Medicina (Lubango)
Instituto Superior Politécnico Tundavala
EVOCATIVAS
Instituto Comercial (Sá-da-Bandeira)
FOTOGRAFIA
Fotos de Angola no Skyscrapercity
Galeria de Diamantino Pereira Monteiro
Galeria de Tiago Campos de Carvalho
Sérgio Guerra- Banco de Imagens
GERAIS
HISTÓRIA
Angola Do Outro Lado Do Tempo...
Angola na Biblioteca Digital Mundial
Grupos Étnicos na Década de 30
INFORMAÇÃO
INSTITUIÇÕES
Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente
Associação dos Empreendedores de Angola
Câmara de Comércio Angola-Brasil
Câmara de Comércio e Indústria
Delegação da União Europeia em Angola (Facebook)
JORNALISMO
MISCELÂNEA
SAÚDE
Biblioteca Virtual em Saúde - Angola
TURISMO