Lá no prédio há um casal simpático de muita idade que eu gosto de encontrar sempre que posso. Ela, a D. Henriqueta, Ele o Sr. Alfonsinho... Qualquer um deles já passou largamente dos 80 e por isso sentem-se abençoados...
Há dias D.Henriqueta chamou-me à parte e em jeito de segredo perguntou-me se eu ainda era fotógrafo. Respondi que sim, que era verdade, que fazia uns bonecos. De seguida perguntou-me se tb fazia trabalhos de fotografia sujos... sujos? como assim D. Henriqueta? perguntei eu sem conseguir perceber de todo o alcance da pergunta dela. D. Henriqueta meio decepcionada disse-me que uma prima afastada do Cazenga lhe tinha dito que havia uns fotógrafos, os "babarrazos, ou sei lá o quê" que a troco de dinheiro se dispunham a fazer fotografias de pessoas sem que elas soubessem, se apercebessem disso... "fotografias assim de gente a fazer coisas feias", percebe ?
Percebi sim, disse-lhe que não era "babarrazo" nem paparazi e que tb não me dava nem conhecia nenhum. Ela lá me foi dizendo que era uma pena que precisava desesperadamente de um, que andava muito desconfiada com o estranho comportamento do Alfonsinho, que últimamente, veja bem, desalvora porta fora pela manhã, diz-me que vai dar milho aos pombos e só me aparece em casa ao fim do dia, nem vem pro almoço... e com as galdérias que por aí andam à solta, nem sei no que é que ele anda pr'aí a tramar... até porque o Alfonsinho apesar dos anos todos não é flor que se cheire e desde que passou a assistir comigo à telenovela das sete, já nem quer ir para a cama ás nove como era hábito, para já não falar das conversas muito esquisitas sobre roupa interior que puxa logo que acabo rezar o terço e me preparo para ir dormir... Sorri, aconselhei paciencia, disse que talvez fosse só uma fase, que a coisa se calhar não era bem aquilo que ela imaginava e que se precisasse de desabafar podia contar comigo. Entretanto a coisa ficou por ali e não voltei a cruzar-me com nenhum dos dois…
Ora ontem, por acaso fui à padaria e resolvi atravessar o pátio da igreja para encurtar caminho. Neste pátio há bastantes árvores que dão uma sombra apelativa. Sob uma destas árvores e num banco consegui reconhecer de longe o Sr. Alfonsinho, que, sozinho meio cabisbaixo permanecia imóvel. Aproximei-me devagar e percebi que o O Sr. Alfonsinho ferrava uma soneca das boas. No rosto sereno havia um sorriso de felicidade que indiciava um sonho doce. Sem o acordar lá fui comprar o pão.
Hoje se vir a D. Henriqueta vou aconselhá-la a deixar o Sr. Alfonsinho ver todas as novelas que bem lhe apetecer, porque de uma coisa creio estar quase certo, aquele sorriso durante o sono dele, só pode querer dizer que, o Alfonsinho ou sonhava com a actriz principal da novela das sete, ou então, vieram-lhe ao sonho os tempos em que ele falava com a Henriqueta abertamente sobre roupa interior…
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