Pois é, acabo de ligar à minha ex, a Birmanesa (sei que há Pais que dão aos filhos nomes do caraças) a terminar tudo… e para que não restassem dúvidas também lhe enviei um e-mail, curto e directo a dizer ACABOU-SE. A principio ainda pensei que uma conversa olho no olho seria o ideal, mas desde que soube que há por aí pessoal a ser despedido dos empregos por telefone e por e-mail, achei que assim seria mais prático e até evitaria qualquer escandaleira que ela pudesse eventualmente querer fazer.
As coisas com a Birmaneza começaram lá no escritório, por alturas do Natal quando começamos a fazer horas extraordinárias para a aviar uma quantidade de cabazes que parecia não ter fim. A Birmaneza como era da minha secção, a dos avios, tinha como eu que papar as horas e piar fininho. Nos primeiros dias saíamos juntos aí por volta das 23 e a Birmaneza tinha um bacano montado numa motoreta que a esperava com ar de quem estava com prisão, de ventre, meio esverdeado, que ao meu cumprimento respondia com um grunhido.
Um belo dia, acabada a jorna, saíamos juntos uma vez mais, exaustos e eu vejo a Birmaneza apeada a olhar para um lado e para outro a ver se topava o bacano e disparo… Birmaneza vais para casa? Ela meia atarantada responde-me que sim, mas não e que talvez como tinha discutido nessa manhã com o bacano não tendo ele aparecido, se calhar o melhor mesmo era voltar a entrar e arranjar um cantito lá mesmo no escritório para passar a noite no meio dos cabazes e coisa e tal, e pois então… e claro, aquilo partiu-me o coração. Disse-lhe que nem pensar, se onde come um, comem dois (isto sem nenhuma alusão ao bacano, nesta altura do campeonato éramos só amigos e colegas) também onde dorme um, dormem dois… disse-lhe então que vivia sozinho num anexo ali para os lados do BO e que com jeito por esta noite a coisa arranjava-se, que ela podia dormir por lá hoje e que no dia seguinte, com as ideias arejadas, logo se via.
Entrou no carro, não sem antes dizer que não queria arranjar-me sarilhos e mais isto e aquilo, depois fizemos o trajecto em silencio, mas os olhos dela brilhavam. Estacionada a viatura saímos e aí começaram os problemas. A Birmaneza dados dois passos a caminho de casa desfalece e antes que se espalhasse ao comprido no chão lamacento do BO, tomo-a nos braços e evito-lhe a queda certa. Amparada em mim lá vamos andando, eu a tentar acalmá-la a dizer-lhe que tudo se resolveria ela a soluçar, quando de repente levanta a cabeça e ferra-me um beijo nos beiços que quase me deixou sem fôlego. A principio fiquei meio azuratado com a cena mas como até nem desgostei deixei a coisa correr e pensei para mim que a coisa depois passava-lhe.
Já em casa, enquanto eu feito Tótó arranjava o sofá para passar a noite, longe de dar uma de aproveitador, a Birmaneza foi para a casa de banho e eis que me aparece a cantarolar (era outra Birmaneza) vestido só com uma T-shirt “S” minha, que me abraça, me aperta e que me segreda ao ouvido que adora dançar… ainda tentei argumentar (aqui feito asno confesso) com os dois pés esquerdos com que nasci, com o barulho, com os vizinhos, mas qual quê, dois copos, candeeiro debaixo da mesa e um naperon a barrar a luz e pra frente é que é o caminho. Dançamos pouco mas fizemos outros tantos esforços que no dia seguinte parecia até que tínhamos ido à Guerra.
Escusado será dizer que a Birmaneza mudou-se para o anexo e assim começou a minha epopeia com ela até ao dia em que descobri que o que ela mais queria, apesar de tudo e mais que tudo, era ser Mãe, queria casar de branco e levar um ramo flor de laranjeira. A partir desse data passou a espalhar pela casa biberons, botinhas de crochet azuis e touquinhas rosas, bem como revistas para futuras Mamãs. Ainda argumentei ou tentei convencê-la, com aquela, da minha religião que só permitia o casório depois dos 60, de que os tempos não estavam para graças, que um filho é um projecto de vida, para esperarmos pela minha mais que certa promoção a chefe da secção dos avios e depois sim podíamos planear a coisa, mas foi tudo conversa em vão. Meteu-se-lhe na cabeça que tinha que andar com a mochila à frente e não havia nada que a fizesse mudar de ideias.
Digamos que até ia conseguindo a muito custo equilibrar as coisas. O pior mesmo foi quando tive que receber uma delegação familiar que incluía uns caenches do tipo ameaçador a exigir a marcação do pedido para dai a uma semana. A lista de bens que me deixaram era tão extensa que mesmo antes de acabar de a ler telefonei a dar break. Como é que um simples empregado da secção dos avios pode comprar 3 fatos completos, 8 gravatas de seda pura, 5 pares de sapatos de cores diferentes, caixas de whisky novo e velho, espumantes e champanhe uma vaca leiteira com menos de 3 anos, 12 cabritos, 12 leitões e pasme-se uma semana de férias para os Pais dela nas Maldivas, e ainda um apartamento para a família no Kilamba… azar é que a lista já tinha sido publicada e o meu nome népias… não constava.
Desisti portanto… no meu lugar quem não desistia?
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