Uma apaixonante e esplendorosa terra, um magnífico povo! Será brilhante seu futuro, construído por todos os que têm Angola no coração, que nela ou na diáspora trabalham e com amor criam suas famílias.
A província do Namibe, com 22 estações de pinturas rupestres, é a região do país que congrega o maior aglomerado desse património cultural disse o coordenador do projecto do Tchitunduhulu.
Benjamim Fernandes fez esta afirmação quando intervinha num fórum regional sobre turismo, que começou hoje, na cidade de Moçâmedes, no âmbito das comemorações do 27 de Setembro, Dia Mundial do Turismo.
Ao apresentar tema “O turismo étnico e cultural”, Benjamin Fernandes lembrou que Tchitunduhulu é uma estação arqueológica de arte rupestre, situada no município do Virei, província do Namibe, onde estão representados diferentes sítios de gravuras, pinturas em cavernas e nas superfícies de rochas.
Essas gravuras, ressaltou, são maioritariamente desenhos geométricos, animais, seres humanos, paisagens e utensílios de trabalho.
Referiu que essas gravuras mostram a cultura pré-histórica, os hábitos e costumes dos antepassados, que habitaram a região.
Segundo o responsável, a arte rupestre de Tchitunduhulu foi executada por povos que viviam da caça e da recolecção de frutos silvestres, os ancestrais dos actuais kuisses.
As pinturas mais recentes, explicou, foram feitas por povos pastores de animais, os antepassados dos mucubais, que habitam a região do Tchitunduhulu.
Informou que o grande desafio do projecto, que coordena, é preservar as pinturas rupestres, feitas há milhões de anos (*) e expostas ao ar livre, sol, vento e chuvas, factores que concorrem para o seu desaparecimento.
“Com o andar do tempo, as rochas começam a degradar-se, existe infiltração das águas das chuvas e o fenómeno do desgaste das rochas, bem como a acção do próprio homem, situação que coloca em risco a existência dessas gravuras", frisou.
O fórum conta com a participação de delegados das províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango, que abordam temas como "Turismo regional", "Conservação dos parques nacionais e áreas de conservação", "Turismo étnico e cultural", "Legislação sobre o visto de turismo nas fronteiras", entre outros assuntos.
A decorrer sob o tema "Turismo e a transformação Digital”, o encontro com duração de um dia está a ser orientado pela ministra do Turismo, Ângela Bragança.
Como paulatinamente se veio a definir no decurso de doze anos desde que foi criado, a opção deste blogue é pela seleção e destaque das coisas positivas que acontecem no exaltante país que é Angola. Uma apaixonante e esplendorosa terra, um magnífico povo, tudo tem para um futuro brilhante. Construí-lo-ão todos os que têm Angola no coração, que nela (ou mesmo na diáspora...) trabalham, criando suas famílias com amor.
“Em Angola, ainda há uma sociedade dual, pelo menos. Há uma sociedade muito rural, com a sua economia e a sua cultura. Vários grupos com várias etnias em todos os pontos do país. Existe uma parte mais urbana, que emigrou para as cidades e vive nas periferias nas piores condições ambientais, excluída do processo de desenvolvimento. E depois há uma elite ligada ao sistema moderno, ao Estado, aos sistemas financeiros, a um total desenvolvimento, que é um desenvolvimento separado. Mesmo que não declarado, é um apartheid. Como no tempo colonial, em que Angola produzia e a economia era saudável, mas era para os colonos, não era para o povo. Hoje, o que se passa é o endocolonialismo. A maior parte das pessoas tem uma posição de serventia no processo de desenvolvimento.”
(…)
“Portugal é essencial para Angola, por causa da relação histórica e da língua. E Angola é um mercado de exportações importante para Portugal. É bom que haja essa relação mas é bom também que António Costa saiba que está a ir para um país que é dual. Portugal, além de apoiar empresários, devia apoiar a sociedade civil, comerciantes e associações para irem trabalhar com as comunidades, com crianças, com grupos vulneráveis, para estimularem a formação escolar. O governo português devia apoiar tanto isso como os empresários, que dão lucros imediatos. Porque isso dá lucros a prazo.”
As detenções em curso em Angola, envolvendo altas figuras do país acusadas de diversos crimes, vão contribuir para uma maior confiança na Justiça e nas instituições, declarou nesta quarta-feira, em Luanda, o sociólogo Paulo de Carvalho.
Em entrevista à Angop, o sociólogo angolano justificou que a correcta actuação das autoridades judiciárias vai, também, contribuir para a moralização da sociedade.
Segundo Paulo de Carvalho, o reforço da confiança nas instituições constitui a primeira das muitas vantagens que se espera desta nova dinâmica dos órgãos de Justiça.
Realçou que, apesar de que os processos em causa já estavam em curso, muita gente não acreditava que o anúncio de maior igualdade perante a lei, feito pelo Presidente João Lourenço, fosse mesmo para cumprir.
“Estamos a ver que sim, que a Justiça começa a funcionar devidamente, no combate aos males que estão incrustados no tecido social angolano”, sentenciou, anotando que se deve deixar a Justiça trabalhar, sem prejudicar e sem beneficiar quem quer que seja.
Questionado se a sociedade está preparada para lidar com os novos tempos, o sociólogo disse acreditar que a população angolana sempre esteve preparada para lidar com uma “justiça justa” e que quem não estava eram as grandes elites, sobretudo a política e a militar, acostumadas a uma elevada dose de impunidade.
Por outro lado, saudou o facto de a comunicação social angolana, incluindo a estatal, estar a cumprir o seu papel, no que respeita às denúncias e ao acompanhamento dos casos judiciais mediáticos.
A este respeito, lembrou que, aliás, a comunicação social sempre cumpriu o seu papel, na denúncia e no acompanhamento dos casos judiciais mediáticos, mas que só não chamava a atenção para algumas incongruências que se verificavam no funcionamento dos órgãos de justiça, porque não tinha permissão para o fazer.
Ainda sobre as últimas detenções, disse esperar que os tribunais também cumpram a sua missão, da maneira mais justa possível, depois da nova postura demonstrada pelos órgãos de investigação criminal.
Quanto ao Ministério Público, manifestou a esperança de que os processos estejam a ser convenientemente instruídos, “sem os erros a que a PGR (Procuradoria Geral da República) nos habituou em processos anteriores”.
Nos últimos dias, foram detidas em Luanda várias altas individualidades do país, incluindo o antigo ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, o ex-presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos, e o antigo director da Unidade de Técnica de Investimento Privado (UTIP), Norberto Garcia.
São acusados de vários crimes como associação criminosa, tráfico de influência, burla, corrupção, branqueamento de capitais e peculato.
Estas detenções enquadram-se no âmbito do combate à corrupção, ao nepotismo, à impunidade e à bajulação, que constituem prioridade na governação do Presidente da República, João Lourenço, no cargo desde 26 de Setembro de 2017.
1. Procedeu-se a uma profunda revisão da lista de 'links'. Foram eliminadas todas as ligações que não funcionam, assim como as que ligam a blogues inactivos há mais de dez anos. Note-se que alguns domínios que albergavam 'sites' antigamente referidos neste blogue atualmente apresentam-se em chinês (!), pelo que também foram excluídos. Contamos convosco para sugestões de novas ligações.
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