Tenho memória
de uma fresca luminosidade
pousada nos ombros da Serra
deixada pelas aves
em peregrinação ao paraíso
e de no algodão das nuvens
haver formas e presságios
que os meus dedos percorriam
e à alma traziam contágios
dos astros que luziam
e de uma grandeza imensa
enquanto cá em baixo
nos purificadores verdes
vivificantemente apensa
às mimosas nas paredes
se entrosava a vida
que deuses têm por lida.
Valério Guerra
de rurukina
... reiterado no palco do Teatro Nacional |
Fonte: José Luís Mendonça - JA | |
Sexta, 23/Outubro/2009 | |
Com “Peças para uma sombra iniciada e outros rituais mais ou menos”, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola projectou durante sete noites, sobre o palco do Teatro Nacional Chá de Caxinde, a imensa e subtil ontologia do afecto, esse sentido que nos fica além dos cinco usuais e muito mais para lá do da intuição e até daquele que nos revela o que o sonho não sabe dizer. Ana Clara Guerra Marques, coreógrafa e directora artística deste espectáculo inédito no nosso ambiente cultural, arrumou um conjunto bem uniforme e bem contrastante de meios humanos e técnicos para levar ao palco um ritual de dança sagrado e ao mesmo tempo profano, já que conseguiu unir no mesmo gesto rítmico o espírito da máscara e a química inefável da sombra, numa plástica para ser sorvida com a alma já a diluir-se no fogo das sensações que promana de todo o corpo semi-nu. Depois da sombra acesa, essa plástica de sensações desdobra-se num cenário de mil actos, onde a expressividade simbólica da devoção ao próximo é capaz de arrancar a ferros a nossa emoção mais reservada. Dançar assim por dentro de uma sombra iniciada e os rituais que se lhe agregam faz tremer o coração e faz cair dentro duas ou três lágrimas daquele inexplicável desejo de viver o oitavo sentido: o do afecto. Quando no palco ondulam esses deuses de carne e osso, sentimos a pele arrancada a exímios golpes de estilete cinético, que mais não são do que a composição plástica “de quem somos”, no outro mundo poético, mas real, de Fernando Pessoa. Corpos, gestos, ritmos, olhares, secreções finais, toda uma ontologia da sombra aferida à experiência do ser humano é-nos induzida pelo mais-velho David Mwa Mudiandu, que iniciou Ana Clara nos arcanos da Cultura Cokwe. Mas quem inicia o público na trajectória mítica entre as origens e a contemporaneidade da dança é o Mukixi wa Cihongo, João Mwa Cilengo, aquele de quem se pode dizer capaz de materializar a verdadeira ciência de voar com os pés no chão. Da Companhia de Dança Contemporânea de Angola desembarcaram em palco os bailarinos Adilson Valente, António Sande, Benjamim João, Divaldo Nunes e Zuni Kurty. A estes juntaram-se os bailarinos do Grupo Yaka, André Baptista, Armando Mavo, Samuel Vilarinho, os percussionistas Abraão Kumba, Cemi Diamoneka e a própria Ana Clara. Especialmente convidada da Companhia Dançarte destacou-se a bailarina Rossana Monteiro que contracenou com Cemi Diamoneka naquele acto de gravidade afectiva em torno de uma cadeira de rodas, à luz de uma melodia descida das escadarias galácticas. O que se move em palco é todo um mundo antevisto nos desenhos de Nuno Guimarães, a partir do material da exposição de Mário Tendinha “Contos da Oratura Angolana dos Ogros e do Fantástico”, pintura feita sobre dez telas gigantes com personagens das estórias, às quais Ana Clara e a sua equipa de trabalho deram movimento. Foi, antes, “uma reciclagem”, no dizer desta senhora bailarina que começou a dançar aos 8 anos. “Os jovens deram a interpretação das telas, porque o bailarino não pode ser uma máquina de repetição”, vaticinou Ana Clara, cuja missão principal consistiu em “moldar o barro”, já que acha fundamental que os bailarinos sejam criativos, “eles dão a carne e depois eu ponho o esqueleto, a espinha dorsal”. E foi assim que se passou este espectáculo de dança, com estórias da nossa tradição, sobre as quais o próprio público “cria as suas estórias”, assim, como um romance aberto, ou como aquele menino que vai para a iniciação na Mukanda e depois acontecem várias coisas, uma aprendizagem sofrida. Mas, o que seria a vida sem sofrimento? |
Angola tem 1200 médicos cubanos e deverá receber mais |
Fonte: Diário Digital/Lusa - Editado por AD | |
Quarta, 21/Outubro/2009 | |
Cerca de 1200 médicos cubanos trabalham em Angola no âmbito da cooperação existente entre os dois países, que data do período que antecedeu a independência do país, em Novembro de 1975. Os médicos cubanos, de todas as especialidades, estão espalhados por 64 municípios das 18 províncias angolanas, disse à Agência Lusa uma fonte do Ministério angolano da Saúde. Ao longo dos anos, a cooperação bilateral vem crescendo, estando prevista a chegada de mais médicos nos próximos anos. As condições de alojamento são o principal obstáculo à contratação de mais médicos, apesar dos esforços de Luanda para a sua melhoria, acrescentou a mesma fonte. Questionado pela Agência Lusa sobre as condições de trabalho dos médicos, o embaixador cubano em Luanda, Pedro Ross Leal, disse que «são aquelas que Angola pode oferecer». «Há um esforço para se criar essas condições, as melhores possíveis, e estamos satisfeitos por saber que um país que está em reconstrução está a fazer um grande esforço por criá-las», frisou, acrescentando que não vai ser exigido «o que não é possível». O diplomata recordou que quando os primeiros médicos cubanos chegaram a Angola, os serviços de saúde eram assegurados por religiosas. «Estive cá, por altura da independência, e lembro-me, por exemplo, do hospital de Cabinda, onde os serviços de saúde eram assistidos por madres e os nossos médicos entraram naquelas instalações para se juntarem a elas. Por isso a nossa cooperação já data de há muito», disse o embaixador. Além disso, Leal lembrou que a cooperação tem aumentado, não só com o envio de médicos, mas também com a doação, pelo governo cubano, do hospital oftalmológico da província de Benguela, após a visita que o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, fez a Cuba. Segundo o diplomata cubano, desde que este hospital abriu, em 2008, já foram atendidas 123 mil pessoas e feitas mais de 8 mil cirurgias oftalmológicas. |
CULTURA
Atlas dos Anfíbios e Répteis de Angola (inglês)
Jornal Angolano de Artes e Letras
Portal do Uíge e da Cultura Kongo
Revista Angolana de Ciências Sociais
Revista Angolana de Sociologia
União dos Escritores Angolanos
DESPORTO
Federação Angolana de Atletismo
ENSINO SUPERIOR
Faculdade de Medicina (Lubango)
Instituto Superior Politécnico Tundavala
EVOCATIVAS
Instituto Comercial (Sá-da-Bandeira)
FOTOGRAFIA
Fotos de Angola no Skyscrapercity
Galeria de Diamantino Pereira Monteiro
Galeria de Tiago Campos de Carvalho
Sérgio Guerra- Banco de Imagens
GERAIS
HISTÓRIA
Angola Do Outro Lado Do Tempo...
Angola na Biblioteca Digital Mundial
Grupos Étnicos na Década de 30
INFORMAÇÃO
INSTITUIÇÕES
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Câmara de Comércio Angola-Brasil
Câmara de Comércio e Indústria
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