Uma apaixonante e esplendorosa terra, um magnífico povo! Será brilhante seu futuro, construído por todos os que têm Angola no coração, que nela ou na diáspora trabalham e com amor criam suas famílias.
"O povo Ovakwambundo foi um povo pré-banto que habitava a região compreendida entre o vale do Curoca e o Rio Cunene, desde há muitos séculos, provavelmente empurrados pela invasão dos Bantus, e que existiu até final do séc. XIX, princípios do séc. XX.
Acredito que "os pretos", que refere Duarte Pacheco Pereira, aquando a viagem de Diogo Cão em 1484 à Manga das Areias (Baia dos Tigres), já eram elementos deste grupo étnico, pois o tipo de habitações que descreve coincidem com as encontradas por Willian Messum e Alexandre Magno de Castilho e as estudadas pelo Dr. Alberto Machado da Cruz.
Também "o gentio" que José da Rosa levou para Luanda, quando em 1665 andou pelo paralelo 18 não deixa dúvidas que eram de povo pré-banto pelo tipo de linguagem que utilizavam e também o facto de comerem tudo cru evidencia que não utilizavam o fogo, característico desta etnia.
Já João Pilarte da Silva na sua viagem do Jau ao Cabo Negro, efectuada em 1770, dá-nos conta de que aquele povo falava por estalos, o que provavelmente estariam na presença de elementos desta gente. Um pormenor interessante, foi o facto que as duas negras daquele gentio que levavam consigo terem falecido de bexigas. Sabemos que as bexigas era o nome pelo qual era conhecida na altura a varíola, facto que também J. Pereira do Nascimento refere no seu livro Exploração Geográphica e Mineralogica no Districto de Mossamedes em 1894-1895, como tendo sido uma das causas da extinção dos Ovakwambundos.
Acontece que, certos povos, que viveram muitos anos isolados se tornam muito vulneráveis a vírus provenientes de outros continentes, como aconteceu nas civilizações da América do Sul, e a varíola, era nessa altura muito comum entre os europeus e gente que com eles contactava. Creio, embora o Dr. Alberto Machado da Cruz não o refira, que esta também terá sido uma das causas da sua extinção, a par das por ele apresentadas.
Em todas as narrativas há imensas coincidências que me deixam convicto de que estamos na presença de uma única e só etnia, que por pressão de outras civilizações desapareceu, restando talvez algum do seu sangue correndo nas veias de alguns Quimbares de Onguaia e Tômbwa."