Instituto lança dicionário da língua gestual
O Instituto Nacional de Educação Especial vai lançar este ano o primeiro dicionário de língua gestual. A responsável do instituto, Maria de Lourdes Franco, aguarda que a editora mande um exemplar para que os especialistas façam as correcções.
O dicionário está a ser elaborado em Portugal e faz parte do Projecto de Desenvolvimento da Língua Gestual em Angola, que visa a identificação, estudo e uniformização da linguagem no seio das comunidades e das famílias.
Segundo Maria de Lourdes, o Instituto Nacional de Educação Especial pretende que o dicionário seja acessível a todas as pessoas com deficiência auditiva e todos os interessados na linguagem gestual, com ou sem acesso ao já existente dicionário digital (em CD), em fase de reedição.
O Projecto de Desenvolvimento da Língua Gestual prevê, além do lançamento do primeiro dicionário de língua gestual, a formação de professores, com o objectivo de garantir um ensino de qualidade à comunidade surda.
Consta do projecto a apresentação de uma proposta de oficialização da língua gestual que, se for aprovada, segundo a directora do Instituto Nacional de Educação Especial, vai permitir o surgimento no país de novas profissões como a de intérprete e tradutor de linguagem gestual.
Maria de Lourdes Franco destaca a importância da presença do intérprete na emissão da Televisão Pública de Angola (TPA) para fazer a tradução dos conteúdos informativos, fundamentalmente em benefício da comunidade surda, actualmente sem possibilidade de acesso à informação.
“Com um tradutor, os surdos passam a ter acesso ao noticiário e a outras informações que nós, os ouvintes, temos acesso”, diz Maria de Lourdes Franco.
A língua portuguesa, particularmente para as pessoas com deficiência auditiva, por ser utilizada apenas na escrita. “Eles aprendem esta língua como podem aprender o inglês ou o francês, mas comunicam em linguagem gestual, que é uma língua autónoma, uma vez que não depende de nenhuma outra.”
Formação de professores
O Instituto Nacional de Educação Especial pretende formar até 2013, em todo o país, mais de 4.500 professores em língua gestual, de acordo com a directora Maria de Lourdes Franco.
A intenção é dar esta formação a todos os professores devido ao processo de integração escolar, que consiste na admissão de alunos com deficiência mental e auditiva, de nível moderado, em todos em todas as escolas e níveis de ensino. Aqueles cuja deficiência é acentuada, devem ser encaminhados para as escolas de educação especial.
Após o processo de integração escolar, o instituto pretende executar de modo contínuo e progressivo o processo de inclusão. “Significa que todas as escolas devem estar preparadas com material e equipamento necessário para atenderem os alunos com necessidades educativas especiais”, disse Maria de Lourdes.
O objectivo da educação inclusiva, na sua essência, é acabar com as escolas especiais. “Essa é a tendência do mundo actual. Mas ainda temos um sistema de ensino com muitos problemas. Integrar um aluno surdo numa sala de 50 a 60 alunos é complicado. O cego que não tem outros problemas pode ali estar, mas o surdo não”. Por este motivo, sublinha Maria de Lourdes, o processo de inclusão ainda não está a ser executado.
“Quando chegarmos à inclusão, a criança vai à escola mais próxima de casa e encontra condições para estudar. Daí a necessidade de todo o professor da escola regular ter conhecimentos mínimos sobre as necessidades educativas especiais”.
Maria de Lourdes Franco disse que foi proposto às escolas de formação de professores a inclusão da especialidade de língua gestual. “Da mesma forma que há a opção de Português, Matemática, queremos que haja a opção de Língua Gestual. Os professores do sector de educação especial não têm essa formação, por isso o Instituto Nacional de Educação Especial promove em todo o país seminários de capacitação.”
A directora do Instituto Nacional de Educação Especial, Maria de Lourdes Franco, sublinha ainda que mais de 180 professores já participaram nas acções formativas.
A maioria dos formadores, num total de 50, especializou-se no exterior e está concentrada na província de Luanda. “Há necessidade de mais especialistas”, disse Maria de Lourdes, informando que o Instituto Nacional de Educação Especial, em cooperação com a instituição congénere brasileira, tem enviado técnicos para fazerem licenciaturas, mestrados e doutoramentos nestas áreas de especialização.
Educação especial
Cerca de 60.000 alunos frequentam as aulas de educação especial. A maioria é das províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Cunene e Kwanza-Sul.
De acordo com a directora do Instituto Nacional de Educação Especial, as escolas de educação especial existentes devem ser transformadas, mais tarde, em centros de recurso, no âmbito do processo de inclusão. Este órgão é responsável pelo sistema de ensino em cada província. O país tem 12 escolas especiais, duas na província de Luanda e uma em Benguela, Huambo, Huíla, Kuando-Kubango, Cunene, Bengo, Luanda-Sul, Namibe, Kuanza-Sul e Uíje. Nas escolas do ensino geral há 57 salas de aulas especiais e 636 salas integradas.
Maria de Lourdes Franco informou que estão em construção escolas nas províncias do Kuanza-Norte, Bié e Huambo. “Queremos que todas as províncias tenham escolas especiais de referência”, disse.
O instituto pretende igualmente criar um centro nacional de diagnóstico de orientação psico-pedagógica para investigar e acompanhar o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais.
A criação de gabinetes psico-pedagógicos em todas as escolas também faz parte das pretensões do Instituto Nacional de Educação Especial. Este gabinete vai integrar psicólogos, psico-pedagogos e técnicos de educação especial para acompanharem o desenvolvimento educacional dos alunos, dos professores e dos encarregados de educação.
O Instituto Nacional de Educação Especial, que antes foi um departamento nacional, e mais tarde direcção de educação especial, foi criado há dois anos pelo Ministério da Educação, de modo a responder a todas as questões que se colocam nesta área de ensino, também atingida pelo processo de reforma educativa.
O estatuto orgânico do Instituto Nacional de Educação Especial ainda não foi aprovado.
(Jornal de Angola)
CULTURA
Atlas dos Anfíbios e Répteis de Angola (inglês)
Jornal Angolano de Artes e Letras
Portal do Uíge e da Cultura Kongo
Revista Angolana de Ciências Sociais
Revista Angolana de Sociologia
União dos Escritores Angolanos
DESPORTO
Federação Angolana de Atletismo
ENSINO SUPERIOR
Faculdade de Medicina (Lubango)
Instituto Superior Politécnico Tundavala
EVOCATIVAS
Instituto Comercial (Sá-da-Bandeira)
FOTOGRAFIA
Fotos de Angola no Skyscrapercity
Galeria de Diamantino Pereira Monteiro
Galeria de Tiago Campos de Carvalho
Sérgio Guerra- Banco de Imagens
GERAIS
HISTÓRIA
Angola Do Outro Lado Do Tempo...
Angola na Biblioteca Digital Mundial
Grupos Étnicos na Década de 30
INFORMAÇÃO
INSTITUIÇÕES
Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente
Associação dos Empreendedores de Angola
Câmara de Comércio Angola-Brasil
Câmara de Comércio e Indústria
Delegação da União Europeia em Angola (Facebook)
JORNALISMO
MISCELÂNEA
SAÚDE
Biblioteca Virtual em Saúde - Angola
TURISMO