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Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2009
educação especial

Instituto lança dicionário da língua gestual

O Instituto Nacional de Educação Especial vai lançar este ano o primeiro dicionário de língua gestual. A responsável do instituto, Maria de Lourdes Franco, aguarda que a editora mande um exemplar para que os especialistas façam as correcções.
O dicionário está a ser elaborado em Portugal e faz parte do Projecto de Desenvolvimento da Língua Gestual em Angola, que visa a identificação, estudo e uniformização da linguagem no seio das comunidades e das famílias.
Segundo Maria de Lourdes, o Instituto Nacional de Educação Especial pretende que o dicionário seja acessível a todas as pessoas com deficiência auditiva e todos os interessados na linguagem gestual, com ou sem acesso ao já existente dicionário digital (em CD), em fase de reedição.
O Projecto de Desenvolvimento da Língua Gestual prevê, além do lançamento do primeiro dicionário de língua gestual, a formação de professores, com o objectivo de garantir um ensino de qualidade à comunidade surda.
Consta do projecto a apresentação de uma proposta de oficialização da língua gestual que, se for aprovada, segundo a directora do Instituto Nacional de Educação Especial, vai permitir o surgimento no país de novas profissões como a de intérprete e tradutor de linguagem gestual.
Maria de Lourdes Franco destaca a importância da presença do intérprete na emissão da Televisão Pública de Angola (TPA) para fazer a tradução dos conteúdos informativos, fundamentalmente em benefício da comunidade surda, actualmente sem possibilidade de acesso à informação.
“Com um tradutor, os surdos passam a ter acesso ao noticiário e a outras informações que nós, os ouvintes, temos acesso”, diz Maria de Lourdes Franco.
A língua portuguesa, particularmente para as pessoas com deficiência auditiva, por ser utilizada apenas na escrita. “Eles aprendem esta língua como podem aprender o inglês ou o francês, mas comunicam em linguagem gestual, que é uma língua autónoma, uma vez que não depende de nenhuma outra.”

Formação de professores

O Instituto Nacional de Educação Especial pretende formar até 2013, em todo o país, mais de 4.500 professores em língua gestual, de acordo com a directora Maria de Lourdes Franco.
A intenção é dar esta formação a todos os professores devido ao processo de integração escolar, que consiste na admissão de alunos com deficiência mental e auditiva, de nível moderado, em todos em todas as escolas e níveis de ensino. Aqueles cuja deficiência é acentuada, devem ser encaminhados para as escolas de educação especial.
Após o processo de integração escolar, o instituto pretende executar de modo contínuo e progressivo o processo de inclusão. “Significa que todas as escolas devem estar preparadas com material e equipamento necessário para atenderem os alunos com necessidades educativas especiais”, disse Maria de Lourdes.
O objectivo da educação inclusiva, na sua essência, é acabar com as escolas especiais. “Essa é a tendência do mundo actual. Mas ainda temos um sistema de ensino com muitos problemas. Integrar um aluno surdo numa sala de 50 a 60 alunos é complicado. O cego que não tem outros problemas pode ali estar, mas o surdo não”. Por este motivo, sublinha Maria de Lourdes, o processo de inclusão ainda não está a ser executado.
“Quando chegarmos à inclusão, a criança vai à escola mais próxima de casa e encontra condições para estudar. Daí a necessidade de todo o professor da escola regular ter conhecimentos mínimos sobre as necessidades educativas especiais”.
Maria de Lourdes Franco disse que foi proposto às escolas de formação de professores a inclusão da especialidade de língua gestual. “Da mesma forma que há a opção de Português, Matemática, queremos que haja a opção de Língua Gestual. Os professores do sector de educação especial não têm essa formação, por isso o Instituto Nacional de Educação Especial promove em todo o país seminários de capacitação.”
A directora do Instituto Nacional de Educação Especial, Maria de Lourdes Franco, sublinha ainda que mais de 180 professores já participaram nas acções formativas.
A maioria dos formadores, num total de 50, especializou-se no exterior e está concentrada na província de Luanda. “Há necessidade de mais especialistas”, disse Maria de Lourdes, informando que o Instituto Nacional de Educação Especial, em cooperação com a instituição congénere brasileira, tem enviado técnicos para fazerem licenciaturas, mestrados e doutoramentos nestas áreas de especialização.

Educação especial

Cerca de 60.000 alunos frequentam as aulas de educação especial. A maioria é das províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Cunene e Kwanza-Sul.
De acordo com a directora do Instituto Nacional de Educação Especial, as escolas de educação especial existentes devem ser transformadas, mais tarde, em centros de recurso, no âmbito do processo de inclusão. Este órgão é responsável pelo sistema de ensino em cada província. O país tem 12 escolas especiais, duas na província de Luanda e uma em Benguela, Huambo, Huíla, Kuando-Kubango, Cunene, Bengo, Luanda-Sul, Namibe, Kuanza-Sul e Uíje. Nas escolas do ensino geral há 57 salas de aulas especiais e 636 salas integradas.
Maria de Lourdes Franco informou que estão em construção escolas nas províncias do Kuanza-Norte, Bié e Huambo. “Queremos que todas as províncias tenham escolas especiais de referência”, disse.
O instituto pretende igualmente criar um centro nacional de diagnóstico de orientação psico-pedagógica para investigar e acompanhar o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais.
A criação de gabinetes psico-pedagógicos em todas as escolas também faz parte das pretensões do Instituto Nacional de Educação Especial. Este gabinete vai integrar psicólogos, psico-pedagogos e técnicos de educação especial para acompanharem o desenvolvimento educacional dos alunos, dos professores e dos encarregados de educação.
O Instituto Nacional de Educação Especial, que antes foi um departamento nacional, e mais tarde direcção de educação especial, foi criado há dois anos pelo Ministério da Educação, de modo a responder a todas as questões que se colocam nesta área de ensino, também atingida pelo processo de reforma educativa.
O estatuto orgânico do Instituto Nacional de Educação Especial ainda não foi aprovado.

 

(Jornal de Angola)



publicado por zé kahango às 11:29
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24 comentários:
De zé kahango a 4 de Março de 2013 às 12:02


De Maria Gonçalves a 21 de Julho de 2013 às 18:16
Olá,
Gostaria de obter informações sobre o concurso para professores em Angola. Sou Professora de Língua Gestual a Licenciatura em Língua Gestual Portuguesa. Leciono há 15 anos. Sou Surda. E também dou o Curso Livre de Língua Gestual Portuguesa, e também da formação de Língua Gestual Portuguesa para dar os médicos, professores, advogados, enfermeiros, amigos, famílias, etc
Aguardo notícias.Gostaria de dar aulas em Angola/ Moçambique. Eu nasci Moçambique
Gostaria de obter informações sobre concursos de professores em Angola/ Moçambique.
Se precisa o meu CV'

O meu mail é: lurdesgolfiho@hotmail.com
tlm: 351915066702 ( SMS)


De teresa cabral a 25 de Fevereiro de 2015 às 12:53
Olá Lurdes, sou angolana e estou a aprender Língua Gestual. Estou certa que nos iremos entender a nível de trabalho.


De leandra de sousa a 14 de Outubro de 2013 às 08:39
Olá eu sou a Leandra de Sousa. Tenho um filho de 5 anos com uma percentagem de autismo e procuro alguém especializado nesta área para o meu filho tenha um acompanhamento. Por favor eu estou desesperada.


De Bruno a 11 de Março de 2014 às 16:08
Boa Tarde

Se ainda não conseguiu a escola, por favor ligue 948070797. Temos um Centro para ensino especial no lar do patriota.


De teresa cabral a 28 de Abril de 2014 às 22:33
Olá a todos , nós somos alunos do Instituto Politécnico de Setúbal (Portugal), e estamos no 1º ano da Licenciatura de Língua Gestual Portuguesa. Eu, e alguns colegas nascemos em Angola, e gostaríamos de saber mais informações sobre o Instituto e a sua localização em Angola. Como vamos em breve visitar a família, em Luanda, teríamos imenso gosto em conhecer as instalações se possível, e trocar impressões sobre as necessidades educativas especiais .


De Bruno Pinto Sousa a 26 de Novembro de 2014 às 15:05
ola pessoal! eu cheguei foi agosto no angola mas eu sou portugal ! mas nao consigo encontrar a associacao e onde fica sitio e tambem se ha perto qe kilamba ? mas gostava a ajudar os surdos fazer desolvimento no futuro bom condições e tal que me deram encontrar onde fica sitio !

manda a gmail: brunopintosousa1991@gmail.com
o meu numero e 933494884 ( mensagem mas por favor nao ligue a chamada ) obrigado !


De Anónimo a 4 de Fevereiro de 2016 às 15:57
olá, cursei Antropologia(faculldade de ciênçias sociais)
e domino a lingua de sinais, tenho contacto com os surdos a 2anos, fiz muito trabalho de campo e pesquisas relacionadas á lingua de sinais, e surdez. se necessitarem de tradutores em sinais(professore) ou o que for relacionado a lingua de sinais, é só entrarem em contacto. obrigada


930072497


De Anónimo a 17 de Maio de 2016 às 13:48
Sou um jovem formado e com experiência de trabalho em Linguagem gestual e Braille, já tentei concorrer na educação e fui chumbado mesmo depois de aprovado, estou interessado em contribuir o projecto do ensino especial mas n há apoio nem insentivo na nossa província. Jovens com habilidades comprovadas nas duas áreas são poucos. Será q n seria uma mais valia em me apostar? Peço as autoridades competentes que entrem em contacto comigo através dos terminais 921681512 ou 916504586


De ana a 30 de Setembro de 2017 às 18:14
olá.. sou finalista do curso de serviço social. Meu tema é sobre inclusão de crianças co necessidades auditivas .onde posso encontra material nacional ?


De Teresa Cabral a 29 de Dezembro de 2017 às 14:21
Alô, boa tarde. Tenho formação em Língua Gestual portuguesa e sou Pós Graduada em Ensino Especial. Neste momento, estou a construir materiais pedagógicos para o desenvolvimento de competências académicas e cognitivas das crianças, aproveitando recursos reutilizáveis. Aconselho o mesmo, adaptando-os ao meio onde vive.
Atenciosamente,
Teresa


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